Resenha #209: George - Alex Gino

Título: George
Autor: Alex Gino
Editora: Galera Júnior
Tradutor: Regiane Winarski
Edição: 1
ISBN: 9788501077677
Gênero: Romance Estrangeiro / Ficção Infanto-Juvenil
Ano: 2016
Páginas: 144
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RESENHA


George é uma criança que está no ensino fundamental. Ela adora ir para casa, se esconder no banheiro para admirar as suas revistas de moda que ficam guardadas em sua bolsa de brim. Isso é algo que ela faz escondido de seu irmão e de sua mãe. Mas o grande porém, é que ela não se identifica com o corpo que nasceu. George nasceu no corpo de menino, no entanto ela sabe que por dentro é menina e se sente como tal. Tudo o que ela deseja no momento é conseguir o principal papel feminino(Charlotte, a aranha) na peça "A menina e o Porquinho" do escrito E. B. White, que a sua professora está organizando no colégio, para provar as pessoas quem ela realmente é. Mas a professora não quer permitir, tanto por ter outras meninas "de verdade" quanto por ela "ser menino". Com a ajuda de Kelly, a sua melhor amiga, George irá enfrentar as dificuldades de quem ainda está se descobrindo, mas sabe de si, numa luta constante por espaço e aceitação em um mundo onde cada vez mais precisamos de representatividade.
Alex Gino certamente traz para o mercado editoral representatividade. Em sua obra a mensagem que fica é a de que só quando quem está à margem consegue obter voz (mesmo com a implicância dos que são contra), é que conseguimos quebrar um pensamento arcaico. Isso porque, quanto mais se fala de um tema, quanto mais se discute, mais conhecimentos adquirimos acerca dele e a maior consequência disso é a empatia de se colocar no lugar do outro para assim entendê-lo. Na obra "George", nos colocamos na pele dessa garotinha que não se vê em nenhum momento confortável com as roupas que veste, com o corpo que tem, com o tratamento que recebe e muito menos com a forma que os outros esperam que ela se comporte.

Narrado em terceira pessoa, vamos acompanhar uma pequena parcela da vida de dessa personagem em uma trama curta e com poucos núcleos (apenas o escolar e o familiar). Na escola ela enfrenta as dificuldades de usar um banheiro do qual não se sente confortável, sofre bullying dos colegas e outros embates. Em casa, convive com a dualidade, em que se esconde para ser quem ela é.

O livro é muito direto e possui uma linguagem simples e diria que até didática em determinados pontos. De forma lúdica, através da peça, o autor consegue conscientizar as crianças e os menos conhecedores do assunto. O que ganha destaque é que, apesar de ser um tema em que os finais são tristes, o autor consegue se diferenciar e procura retratar algo que, mesmo com o preconceito, ainda assim, tem seu momento de esperança na humanidade. O que é um diferencial em uma realidade cada vez mais triste e que todos conhecemos porque casos assim, onde não terminam bem, são os primeiros a ganhar espaço no noticiário. Mostrar algo alegre, só nos diz que é possível sim, ser feliz sendo quem somos.
Se você quer se inteirar de como é a cabeça de uma criança transsexual, "George" está aí para isso. Porém, não espera uma obra magnifica, ao contrário, é até simples. É uma leitura que fazemos pelo tema e que vale muito a experiencia por ser uma leitura tocante e prazerosa.

Até logo,
Pedro Silva




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1 Comentários

  1. Oi, quero muito ler esse livro, nunca li um livro nessa temática e esse é um dos motivos pelo qual estou louca para ler, e segundo essa capa simplista muuuuuuuuuito fofa. E também o que mais me chamou atenção é sobre a identidade do autor ou autora, que o que me parece ele/ela pediu pra não revelar seu gênero. estou muito curiosa e pretendo ler em breve!

    https://sobrelivroseliteratura.blogspot.com.br/

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