Resenha #174: A Máquina de Caminhar - Cristovão Tezza

Título: A Máquina de Caminhar
Autor: Cristovão Tezza
Editora: Record
Edição: 1
ISBN: 9788501104694
Gênero: Crônicas brasileiras
Ano: 2016
Páginas: 192

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Avaliação: 





RESENHA


Cristovão Tezza é um nome bem forte em nossa literatura contemporânea, tendo seu  Romance O Filho Eterno consagrado com os principais e mais importantes prêmios literários do Brasil, entre eles o Jabuti, além de traduções para uma dezena de países. Quando a record anunciou o lançamento de A Máquina de Caminhar, fiquei na vontade solicitar para conhecer a escrita do autor, e foi o que fiz.

Neste livro, encontramos 64 crônicas escolhidas por Christian Schwartz. Todas elas foram publicadas anteriormente no jornal paranaense Gazeta do Povo, onde Tezza trabalhou por mais de seis anos como cronista e recebendo ilustrações do artista Benett

Nos pequenos textos que não passam de três páginas, encontramos o Tezza em pessoa, não escondido atrás de um romance e um história ficcional, mas suas ideologias e pensamentos acerca do mundo e tudo o que acontece a sua volta. E é a partir de pequenos acontecimentos do cotidiano que ele fala, seja numa ida a praia, ou a um jogo do Atlético paranaense, sobre os pequenos fatos da vida de uma forma despretensiosa e clara. Em uma das crônicas, a mais tocante, é a que ele fala da morte do Gabriel García Márquez, o grande autor colombiano ganhador do nobel e autor de "Cem Anos de Solidão".

O que ganha destaque em suas crônicas, além da simetria em manter sempre as 2.800 palavras, são as crônicas em que o autor falar de outros autores e como bom leitor, de outras obras literárias. Leitor ávido, era impossível não falar de literatura também e acabou que sendo as crônicas mais calorosas e convidativas para devorar as obras e autores citadas. 

O humor sagaz do autor é divertido e traz às crônicas um tom mais refinado, por exemplo, em "Fernanda e Gabriela", ele dialoga com as vozes do seu GPS e as trata como pessoas. Da comédia, ele passa pela melancolia em "Solidão Lunar" (que também é uma homenagem ao autor de ficção cientifica Ray Bradbury), depois navega pelas mazelas do século: a violência na internet; a falta de empatia e intolerância religiosa... Sem esquecer da politica e claro, o grande bloqueio de escrita, e o ócio do escritor sem assunto.

Para quem gosta de um livro para se ter na cabeceira e realizar uma leitura aos poucos, "A Máquina de Caminhar" é uma ótima pedida, cheio de indicações literárias, textos políticos reflexivos e no final um ensaio chamado "Um discuso contra o autor", que é mais um analise do gênero essencialmente brasileiro que é a crônica e suas definições.

Até logo,
Pedro Silva!

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10 Comentários

  1. Oi, tudo bem??
    Amei essa resenha, parabéns pela indicação e suas palavras. Não conhecia essa obra, mas fiquei muito ansiosa para ler. Adoro crônicas e sabendo que o autor faz referencias a outros autores e obras literárias, com certeza ficou muito interessante! E como você falou, também trata de assuntos diversos e até reflexivos, e para não esquecer, divertidos! Ótima dica, já adicionado a minha lista de futuras leituras. Abraços.

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  2. Ótima resenha! Acho muito importante divulgar, compartilhar e valorizar a literatura nacional. Não conhecia esse autor, mas gosto muito de crônicas e vou colocar esse livro como uma meta de leitura.
    Obrigada!

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  3. Apesar de não gostar muito de livros de crônica, o que me chamou a atenção foi a forma como ele aborda assuntos do no cotidiano de maneira tão divertida, que maneira leve, mas que ao meu ver no faz refletir, a pelo que li na sua resenha com certeza vai ter gente se identificando com muita das estórias contadas. Passei a conhecer esse autor através desse livro e estou super ansiosa para ler esse livro, espero gostar bastante.

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  4. Embora você tenha dito que esse é um autor conceituado, nunca tinha ouvido falar nele, nem em seus livros rs
    Não sou muito chegada a ler contos e crônicas. Apesar de nunca ter chego a ler um livro completo desse estilo, não me atrai muito. Acho que é pq por ser rápido, eu não consiga me conectar com as história ou por medo de me conectar e o conto acabar tão rápido e eu ficar na vontade de quero mais.
    Porém, esse me parece ser diferente. Gosto de livros que tenham humor envolvido, torna a leitura bem mais dinâmica.

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  5. Gosto muito de livros assim e achei interessante esse, deu vontade de ler. Parece ser bom, ainda mais por ter tantas referencias. É uma forma legal de saber mais de outras obras, autores e etc, alguns detalhes ou só um tipo diferente de escrita. Gostaria de ver como ele é.

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  6. Oi Pedro!
    Apesar de ser um autor conceituado ainda não o conhecia, nunca li crônicas, mas tenho curiosidade, acho que pelos textos serem pequenos a leitura flui rapidamente. Gosto desse humor sagaz que você falou.
    Bjs

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  7. Oiee!
    Apesar da sua resenha bem favorável e da diagramação deste livro está perfeita, não curto crônicas.
    Já tentei algumas vezes ler livros nesse estilo, porém não me agradaram, acabei desistindo do gênero.
    Bjokas!

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  8. Adoro crônicas. achei bacana o fato do livro estar recheado de referências a outras obras literárias, principalmente porque citou algumas que gosto muito (por exemplo sou muito, mas muito, fã do Bradbury). Também o fato de falar sobre vários assuntos me atrai. Tem tudo que gosto numa obra. Vou conferir!

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  9. Oi Pedro, tudo bem?
    Crônicas no geral, não me agradam muito. Como ando abarrotado de livros para ler e com muita matéria para o vestibular, acho que não seria uma boa pega-lo, pois acabaria o deixando de lado e nem lendo. Quando estiver mais folgado espero ler pelo menos um ou outra crônica do autor.

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