[LISTAS] Livros para o Dia Mundial de Combate à AIDS

Hoje, 1 de dezembro, é o dia de luta e conscientização sobre a “Síndrome da Imunodeficiência Adquirida”(SIDA), uma das doenças que mais mata no mundo. A data tem como objeto estabelecer a relação de comunicação, promover a troca de informações e experiências, não somente métodos preventivos, mas também o intuito de combater o preconceito que os portadores de HIV - vírus humano de imunodeficiência - sofrem, ou seja, criar um espírito de tolerância social e respeito.

Com esse proposito de contribuir com o fim dos estigmas em torno da doença, divulgamos seis obras, entre ficção e não ficção, que abordam o tema da AIDS. 

Confira:


→ Uma Casa no Fim do Mundo, Michael Cunningham

Uma Casa no Fim do Mundo
Esta é a história de um peculiar triângulo amoroso. Jonathan e Bobby se aproximam na adolescência e desenvolvem uma relação obsessiva de amor e amizade. A amizade é retomada anos mais tarde, quando Bobby vai ao encontro de Jonathan em Nova York e conhece Clare, com quem o amigo divide o apartamento. Juntos à margem do mundo, não por acaso os três compram uma casa perto da emblemática Woodstock e partem em busca de um sonho de harmonia para sua família mítica - que aumentaria, primeiro, com o nascimento de Rebecca, filha de Clare e Bobby, e mais adiante com a chegada de um ex-namorado de Jonathan, Erich, que sofre de AIDS.
Para narrar a história, o autor Michael Cunningham usa o recurso de confiar a narrativa a quatro vozes: Jonathan, Bobby, depois Alice, mãe de Jonathan, e ainda Clare. Os quatro narradores, com suas amáveis ironias, garantem o clima peculiar da obra - um clima que lembra um pouco a poesia amarga de O apanhador no campo de centeio, de Salinger. 
Um relato lúcido e tocante das perspectivas e estilos de vida dos anos 70 e 80.


→ Doença como metáfora / AIDS e suas metáforas, de Susan Sontag

Diagnosticada nos anos 70 como portadora de câncer, Susan Sontag, uma das intelectuais mais influentes e polêmicas de nossa época, mergulhou no estudo da doença para compreender suas metáforas em nossa cultura. O resultado dessa reflexão é o célebre ensaio Doença como metáfora, de 1978. Uma década depois, quando o mundo assistia perplexo e desorientado ao crescimento de uma doença fatal ainda pouco compreendida - a AIDS -, as metáforas associadas à síndrome levaram Sontag a atualizar e aprofundar sua reflexão sobre o imaginário em torno das doenças. Assim nasceu, em 1988, o igualmente clássico ensaio Aids e suas metáforas. Nos dois textos, que podem ser vistos como um único estudo dividido em duas partes, o objetivo é dissipar a névoa de irracionalismo pré-científico que cerca a compreensão dessas doenças e libertar suas vítimas do peso de uma injustificável culpa.





→ Histórias da AIDS Amostra Histórias da AIDS Artur Timerman, Naiara Magalhães

Histórias da AIDS
Neste livro estão narradas histórias de indivíduos que vivem com o vírus da AIDS hoje, numa realidade “pós-coquetel”. São relatos que vêm entrelaçados com a história de evolução da própria doença, em suas nuances médicas, científicas, comportamentais e sociais. 
“Este não é um livro de ficção, nem de fábulas. Traz casos reais e informações precisas, apresentadas por quem há décadas lida com um assunto-tabu – o médico infectologista Artur Timerman, neste caso com o respaldo da jornalista Naiara Magalhães. Com clareza e objetividade, os autores navegam pelo tempo, sem apelar para fórmulas mágicas, ou soluções místicas. Não oferecem promessas ilusórias, nem vendem otimismo irreal, mas sinalizam: ‘Boa parte do percurso que levará à cura da AIDS já foi cumprido. Se essa trajetória fosse uma maratona, poderíamos dizer que, dos 42 quilômetros da prova, falta agora um terço do trajeto. Conquistar a medalha é questão de reunir fôlego e pernas para mais uns 15 quilômetros de corrida’.” 
Paulo Markun – Jornalista


→ Depois daquela viagem, de Valéria Piassa Polizzi

Diário de bordo de uma jovem que aprendeu a viver com AIDS

Depois daquela viagemNo tom coloquial próprio dos jovens, Valéria Polizzi relata com bom humor e descontração as farras com a turma de amigos, a dúvida entre "ficar" ou namorar, o despertar da sexualidade, a angústia diante do vestibular e muitas coisas que atormentam qualquer adolescente. Tudo isso seria perfeitamente natural se não fosse por um pequeno detalhe que iria fazer uma enorme diferença: Valéria contraiu AIDS aos 16 anos porque, segundo ela mesma, "transei sem camisinha". Neste livro, ela mostra como, de repente, por causa de quatro letrinhas, sua vida passou por uma reavaliação radical. Ela expõe, sem meias palavras, como a doença mexeu com sua cabeça e com os seus sentimentos. Terminada a leitura, fica clara a sua resolução de preservar sua condição de ser humano a qualquer custo, ao mesmo tempo que se esforça por humanizar a todos os que cruzam seu caminho. "Depois daquela viagem" é um livro triste e alegre, tocante e verdadeiro, um testemunho da coragem e da determinação de levar adiante a vida, apesar da AIDS.



→ Você tem a vida inteira, de Lucas Rocha

Um livro sensível sobre o amor após um diagnostico de HIV. O livro de estreia de Lucas Rocha é sensível e honesto sobre um assunto que ainda é um grande tabu. 
As vidas de Ian, Victor e Henrique são entrecortadas pelo diagnóstico do HIV. Victor fica inseguro ao descobrir que Henrique, com quem está começando uma relação, é soropositivo e resolve fazer um teste, mesmo que os dois só tenham transado com camisinha. Logo depois de um resultado negativo, ele conhece Ian, um universitário como ele que acabou de receber uma notícia que pode mudar sua vida. No impulso de ajudar o garoto, Henrique entrelaça os destinos dos três. Lucas Rocha narra, a partir das três perspectivas, os medos, as esperanças e o preconceito sofrido por quem vive com HIV, mas, principalmente, conta uma história que não é sobre culpa ou sobre estar doente, e sim sobre como podemos formar nossas próprias famílias e sobre nunca esquecer que ainda temos a vida inteira.




→ Estação Carandiru, de Drauzio Varella

O médico Drauzio Varella relata dez anos de atendimento voluntário na Casa de Detenção de São Paulo, o maior presídio do Brasil, e mostra como um código penal não-escrito organizava o comportamento da população carcerária. XX 
O médico Drauzio Varella relata dez anos de atendimento voluntário na Casa de Detenção de São Paulo, o maior presídio do Brasil, e mostra como um código penal não-escrito organizava o comportamento da população carcerária. Em 1989, o médico Drauzio Varella iniciou na Detenção um trabalho voluntário de prevenção à AIDS. Entre os mais de 7200 presos, conheceu pessoas como Mário Cachorro, Roberto Carlos, Sem-Chance, seu Jeremias, Alfinete, Filósofo, Loreta e seu Luís. Não importava a pena a que tinham sido condenados, todos seguiam um rígido código penal não escrito, criado pela própria população carcerária. Contrariá-lo poderia equivaler à morte. 
O relato de Drauzio Varella neste livro tem as tonalidades da experiência pessoal: não busca denunciar um sistema prisional antiquado e desumano; expressa uma disposição para tratar com as pessoas caso a caso, mesmo em condições nada propícias à manifestação da individualidade. 
Lançado em 1999 e transformado em filme em 2003, por Hector Babenco, Estação Carandiru recebeu o Prêmio Jabuti 2000 de livro do ano e, desde então, já vendeu centenas de milhares de exemplares.

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