Crítica | Com amor, Simon (2018)


NÃO CONTEM SPOILERS

Nos últimos anos, as adaptações de livros adolescentes contemporâneos têm ganhado grande espaço e visibilidade em Hollywood. A narrativa normalmente despretensiosa e o roteiro que conversa diretamente com o público alvo, são fatores que tornaram filmes como “As Vantagens de ser Invisível”, “A culpa é das Estrelas” e o mais recente, “Tudo e Todas as Coisas” adaptações de sucesso que mantem as portas para os grandes estúdios abertas. 

“Com amor, Simon” é a adaptação cinematográfica do livro da escritora Becky Albertalli, originalmente publicado plea Editora Intrínseca como “Simon Vs. A Agenda Homo Sapiens”. O Filme foi produzido pelos estúdios 20th Century Fox, e dirigido por Greg Berlanti (Arrow, The Flash, Supergirl). 

Na trama, acompanhamos os conflitos de um adolescente gay (Nick Robinson) que ainda não se “assumiu” para a família e amigos, e começa a manter contato virtual com outro jovem da sua escola, que tem sua identidade escondida pelo pseudônimo de “Blue”. Enquanto passa a se conhecer melhor, Simon fortalece laços com Blue e cria uma relação de dependência com o jovem, já que é a única pessoa com quem consegue se abrir e que parece entende-lo. 


Tentando manter em segredo sua orientação sexual e seu interesse amoroso online, o protagonista vive uma vida comum com seus amigos, participando do clube de teatro, indo a festas temáticas, jogos, etc... até que um de seus colegas de classe descobre seu segredo e começa a chantageá-lo, colocado sua relação com Blue em risco. 
Uma comédia romântica gay com um drama de formação (coming of age) como pano de fundo. A expectativa para saber como o Greg Berlanti trabalharia aqui era grande, e ele se mostra confortável, atingindo o público alvo, como já fez em Riverdale e nas séries de super-heróis citadas acima. O diretor trabalha com planos abertos e câmera parada na maior parte do filme, deixando o peso da narrativa sobre o elenco, que fica com a responsabilidade de transmitir a leveza que mascara a carga dramática do filme. 

O drama é diluído pelo alívio cômico, que me incômoda em alguns momentos por ser excessivo e destoar do texto. O que dava aquela sensação de “eu não devia estar rindo disso”. 
Nick Robinson (Jurassic World, Tudo e Todas as Coisas) mesmo limitado, consegue com o olhar transmitir toda a angustia, confusão e medo de um jovem em fase de descobertas que precisa guardar seu segredo. A Katherine Langford (Os 13 Porquês) rouba a cena aqui, e infelizmente tem um material muito restrito pra trabalhar. Alexandra Shipp (X-Men: Apocalipse) e Jorge Lendeborg (Homem-Aranha de Volta ao Lar) fecham o quarteto e somam muito à química que é estabelecida entre os protagonistas.
Alguns furos no enredo que estão presentes na obra original, ficaram mais enfatizados na adaptação, e esse talvez seja meu único problema com filme: os roteiristas focaram no crescimento de personagens e desenvolvimento das sub tramas de cada um, e deixaram alguns aspectos da história negligenciados, usando subterfúgios de roteiro preguiçosos. 

Deixando isso de lado, o filme é bom? 

Divertido, agridoce em certos momentos e emocionante, “Com Amor, Simon” é uma obra sólida que aborda temas importantes com delicadeza e cuidado de forma positiva.


Avaliação:


Crítica escrita por:
Plínio Mendes

Gostou da crítica? Então confere a resenha do livro que deu origem ao filme clicando na imagem a seguir:





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7 Comentários

  1. Olá, tudo bem?

    Eu conhecia o livro, porém nunca li, sei que as críticas são boas, só que ainda não sobrou tempo para ler esse livro. Eu não sabia que tinha um filme, bem interessante!
    Abraço!

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  2. Olá, tudo bem?
    Eu tenho visto muitos comentários sobre esse filme e sei que ele era bastante aguardado. No entanto, como não li o livro, não tive muita ansiedade para assistir ao filme.
    Gostei muito da sua crítica e da maneira como expressou suas impressões sobre o filme. Uma pena que o roteiro reforce furos que já estavam no livro e não dê atenção a elementos importantes do enredo. No entanto, pela sua avaliação deu para perceber que vale a pena assistir.
    Pretendo ler o livro primeiro, mas com certeza vou querer assistir ao filme também.
    Beijos!

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  3. Oiii
    Eu li o livro e vi o filme, só teve uma coisa na mudança que me incomodou um pouco. Katherine Langford vai ser pra mim sempre Hanna, não consegui ver ela de outra maneira. Fora isso, amei o filme!
    Bjus

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  4. OOi! Quando saiu esse livro eu acabei nem indo atrás para ler, mesmo lendo elogios na época. Quando vi o trailer do filme ja bateu o arrependimento e agora preciso é de tempo para ir ao cinema ou ler ao livro. Super adorei a critica que você fez e fiquei curiosa. O elenco tá super bacana e certeza que é um filme otimo.

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  5. Esse livro nunca me chamou muito a atenção então nem estou muito curiosa em ver a adaptação.
    Mesmo assim, gostei de saber sua opinião sobre o filme.

    Beijinhos!

    #Ana Souza
    https://literakaos.wordpress.com

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  6. Ainda não li o livro, apesar de estar em minha lista e também não assistir ao filme, mas acredito que vou gostar.

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  7. Oie
    nossa, estou bem ansiosa pela leitura do livro que ainda nao tive oportunidade e também com o filme que está sendo tão elogiado, espero ansiosamente gostar muito desse enredo tão querido

    beijos
    http://www.prismaliterario.com.br/

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