Título: O Tribunal da Quinta-Feira
Autor: Michel Laub
Editora: Companhia das Letras
Edição: 1
ISBN: 9788535928327
Gênero: Romance brasileiro
Ano: 2017
Páginas: 184
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Após três meses de separação, a ex-esposa de José Victor encontra uma pasta com a senha do e-mail dele e é onde descobre as atrocidades contidas nas mensagens trocadas entre o ex e o seu amigo. Numa atitude de revolta, motivada pela descoberta da traição, ela edita o material, selecionando os trechos mais impactantes e comprometedores e joga nas redes sociais. Não demora para a postagem ganhar grandes proporções no ambiente social de trabalho e familiar, além da web. Assim, o tribunal da quinta-feira é acionado, com o réu expondo o seu ponto de vista a um juri difícil de lidar encontrado nas redes sociais; o tribunal da internet, onde a maioria dos julgadores se valem dos privilégios do anonimato para atacar.
Outro assunto que emerge no romance é a sexualidade. Walter é, além de homossexual, soropositivo, mas a abordagem desse tema não vem acompanhado de uma melancolia, ou momento triste. Temos uma contextualização histórica do HIV, com recortes de programas de TV apontando o surgimento da doença, a falta de conhecimento e o choque na revelação na contaminação do personagem que trata o assunto com brincadeira e até tem a inconsequência de não se preocupar em contaminar outros indivíduos. Há também a presença da sexualidade da mulher jovem e independente. Uma relação com uma certa diferença de idade e hierarquia no trabalho que aparentemente a deixa por baixo, sendo humilhada ou tratada como um objeto sexual. Porém, ela sabe na verdade que aquilo é um jogo de papeis que não necessariamente está lhe prejudicando, pois a mesma se submeteu a essa escolha e até gosta de sua posição.
O Tribunal da Quinta-feira não é um livro de grandes acontecimentos, não é um livro de grande enredo, o que pode vim a decepcionar os leitores que adoram uma história mais envolvente e cheia de reviravoltas. Por outro lado, e com um viés interessante, é uma obra que vem para fomentar e provocar ainda mais as discussões em torno da ética e de como nos portamos na internet, um solo que consegue ser tão fértil e enriquecedor quanto frágil. Por esse tema e a leitura rápida, vale a leitura para conhecer o trabalho e a escrita de um autor promissor e já com uma grande notoriedade no meio.
Autor: Michel Laub
Editora: Companhia das Letras
Edição: 1
ISBN: 9788535928327
Gênero: Romance brasileiro
Ano: 2017
Páginas: 184
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Avaliação:
Resenha
Um publicitário troca mensagens com um amigo por meio de e-mails. Sem pudor algum José Victor e Walter conversam sobre todos os assuntos, fazendo piadas de mau gosto, desde o seu casamento com a Teca até mesmo a vida intima e homossexual do amigo. São comentários sem qualquer tipo de preocupação com que os outros vão pensar, escritos no calor do momento, alguns carregados de preconceitos e estigmas que nos diálogos parecem estar ali para divertir em um clima descontraído entre amigos marcados pelo trágico. Entre os assuntos estão machismo, sexismo, traição, drogas homossexualidade e a AIDS no Brasil desde o surgimento da doença, na década de 1980.
Após três meses de separação, a ex-esposa de José Victor encontra uma pasta com a senha do e-mail dele e é onde descobre as atrocidades contidas nas mensagens trocadas entre o ex e o seu amigo. Numa atitude de revolta, motivada pela descoberta da traição, ela edita o material, selecionando os trechos mais impactantes e comprometedores e joga nas redes sociais. Não demora para a postagem ganhar grandes proporções no ambiente social de trabalho e familiar, além da web. Assim, o tribunal da quinta-feira é acionado, com o réu expondo o seu ponto de vista a um juri difícil de lidar encontrado nas redes sociais; o tribunal da internet, onde a maioria dos julgadores se valem dos privilégios do anonimato para atacar.
O gaúcho Michel Laub então escreve "O Tribunal da Quinta-feira", seu sétimo romance, com uma história não linear, fragmentada pela narrativa de José Victor, cheia de recortes com idas e vindas e mensagens virtuais trocadas. Ele consegue sintetizar uma discussão vasta em capítulos pequenos que, embora curtos, conseguem dizer muito, técnica presente nos livros Diário da Queda (2011) e A Maça Envenenada (2013), ambos da Companhia das Letras.
No primeiro capítulo já se consegue visualizar o personagem central José Victor e a personalidade infantil do Walter, ao mostrar que o mesmo gosta de realizar piadas de gosto duvidoso. O autor ainda traz elementos atuais como aplicativos de mensagens que vão acompanhar o resto do romance, isso para fundamentar o seu alerta sobre as redes sociais e novas tecnologias, de que por mais que a internet tenha vindo para ajudar, se não usada com consciência, se não houver uma advertência e controle de exposição, os perigos podem ser catastróficos, sendo o mínimo deles o assassinato de reputação.
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