Título: Darkmouth
Autor: Shane Hegarty
Série: Darkmouth # 1
Tradutor: Bárbara Menezes de Azevedo Belamoglie
Ilustrações: James de La Rue
Editora: Novo Conceito / #irado
Edição: 1
ISBN: 9788581636771
Gênero: Fantasia / Infanto-juvenil
Ano: 2017
Páginas: 336
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Avaliação:
RESENHA
E se os monstros fossem reais? E se o globo tivesse cidades onde essas criaturas costumam atacar em pró de conseguir o domínio da nossa dimensão. Você teria coragem para enfrentar essa ameaça? Você acharia essa vida algo legal? Finn não parece achar graça em qualquer uma das missões quase suicidas nas quais se arrisca com seu pai. Morador permanente de Darkmouth, seus doze anos parecem quase uma sessão de tortura interminável. Acontece que Finn é filho de um Caçador de Lendas, um matador de monstro que está encoberto de salvar a cidade das criaturas que a ameaçam. Sua família vem de uma longa linhagem de Caçadores e no momento, são os últimos que ainda exercem a função, sendo seu pai, um célebre e condecorado Caçador. Mas Finn? Uma falha inescapável. Acontece que ele é péssimo no papel e conforme os dias passam, fica mais claro que essa não sua vocação. Mal sabe ele que as força das Lendas estão se organizam para uma invasão em massa, e o preço pode ser sua vida.
'Darkmouth' foi uma surpresa atrás da outra. Em um primeiro contato achei que a obra seguiria o mesmo modelo juvenil já implantado por outras do Selo Irado. A Novo Conceito inova totalmente e o livro tem um ritmo angustiante e cheio de reviravoltas, onde dentro de 300 páginas, muita coisa acontece. Com uma pegada bem parecida com a série 'Percy Jackson', esse livro me cativou muito logo nos primeiros instantes, não só por trazer um personagem que fugia do molde de herói perfeito, mas também por não dividi-lo em um misto de vilão/herói já tão visto em outras obras do modelo.
Narrado em terceira pessoa, Shane Hegarty dá um panorama de toda a sua mitologia, personagem e universo nesse primeiro volume da trilogia 'Caçadores de Lendas'. Muito sucinto e o que mais me agrada é sua escrita curta que não torna os capítulos cansativos ou repetitivos, e mesmo assim consegue passar profundidade em suas descrições. Em poucos instantes me vi mergulhado na vida de Finn e nos dilemas que ele precisava enfrentar.
Identifiquei-me com suas dúvidas e empreitadas e me divertir com seu humor azedo. Diferente do que você possa imaginar, ele não é um protagonista sociável ou irônico. Na maior parte do tempo ele mal expressa sua opinião e quando o faz cria atritos por toda a trama, o que também me surpreendeu. Tratando-se de um livro com um personagem que não tem habilidade exercer a função determinada, imaginei logo que milagrosamente ele iria conseguir se tornar o melhor, mas isso não acontece, pelo menos, não agora. Suas vitórias são sempre por acaso ou por pura sorte e isso não se torna forçado, pelo contrário, convém com a ideia de retratar que mesmo executando tal tarefa não é aquilo que ele deseja. O manto heroico apresenta muito mais peso nesse enredo.
A obra ainda abre espaço para discutir a relação familiar e o peso que tem as expectativas que os pais colocam sobre os filhos. Essa na realidade é a principal tecla que está sempre sendo tocada. A relação de Finn com o pai é muito bem desenvolvida e gerou um misto de amor e ódio em mim. Ao mesmo tendo que ficava com raiva pela falta de atitude do garoto, torcia por seu pai mudar a forma de agir.
E sem contar a bela edição, recheada de ilustrações e detalhes que me encantou ainda mais.
Não dá pra negar que 'Darkmouth' me aprisionou na leitura do começo ao fim. Levando cinco estrelinhas, já tenho na lista uma nova trilogia/série infanto-juvenil favorita que não subestima o leitor e busca aventuras mais aprofundadas. Ansioso pela continuação.
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