Resenha #184: Filhas de Eva - Martha Mendonça

Título: Filhas de Eva
Autor: Martha Mendonça
Editora: Record
Edição: 1
ISBN: 9788501107527
Gênero: Conto brasileiro
Ano: 2016
Páginas: 128

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RESENHA


A autora carioca Martha Mendonça é uma das pessoas que estão por trás do site Sensacionalista, sucesso na internet com reportagens hilárias sobre os absurdos da nossa realidade. No seu mais novo livro, Filhas de Eva, Martha usa seu talento para identificar os casos mais curiosos e os transforma em literatura.

Na obra, temos reunidos 18 contos que esmiúçam os sentimentos e vidas de mulheres singulares. A autora extrai do trivial e do corriqueiro belos contos. Características que muito me agradam nos contos, principalmente quando aborda o mundo feminino, como por exemplo, Antes que Seque, de Marta Barcellos e Ela e Outras Mulheres, de Rubem Fonseca.
“De um folego só, prometeu a si mesma: aquilo nunca mais. Nunca mais beijo sem paixão, flor sem perfume, desejo contido ou falso perdão. Nunca mais valores caducos, regras retrógradas, amor sem tesão ou viver sem razão.” Página 76
Martha mostra a variedade e diversidade do mundo feminino, do inicio ao fim do livro, afinal o conto que abre o livro é sobre Eva, a primeira mulher do universo. E o conto que o encerra é do ponto de vista de uma mulher morta. Nas poucas 128 páginas têm amantes, românticas, mocinhas e senhoras, compulsivas por comida, amores obsessivos, noivas, etc. É impossível não se identificar com alguma personagem, em seus defeitos e profundezas do ser. 
“Na pia, em frente ao espelho por pura necessidade, passou removedor de maquiagem nas dores, gel redutor nas angustias, loção fixadora nos nervos, creme esfoliante nas culpas, adstringente nos erros, hidratante no nó da garganta- e então chorou, borrando o rosto o corpo e o espirito.” Página 90

É um livro curto e leve, os contos são rápidos, mas com muita qualidade literária. Comecei a ler no ônibus voltando para casa e terminei na mesma tarde. Martha Mendonça dá vozes a mulheres desconhecidas, e passa longe de nos definir em estereótipos e clichês. Recomendo.

Até logo,
Elidiane Galdino


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