Lido em: Abril de 2016
Título: Rebelde
Autor: Amy Tintera
Editora: Galera Record
Edição: 1
ISBN: 9788501401106
Gênero: Distopia / Ficção
Editora: Galera Record
Edição: 1
ISBN: 9788501401106
Gênero: Distopia / Ficção
Ano: 2016
Páginas: 352
Avaliação:
Resenha:
ATENÇÃO: ESTE RESENHA PODE CONTER SPOILER
Resenha:
ATENÇÃO: ESTE RESENHA PODE CONTER SPOILER
Rebelde, segundo e último volume da duologia Reboot, foi publicado recentemente no Brasil pela Galera Record. O enredo basicamente retrata uma sociedade futurista, assolada pelo vírus KDH, que faz com que alguns humanos adolescentes, após a morte, "ressuscitem" com maior grau de resistência. São pessoas mais rápidas, fortes e, acima de tudo, com poder de regeneração mais avançado. Entretanto, estes "novos humanos" são trancados em grandes centros e coordenados por humanos. Desempenham nesta nova sociedade, à grosso modo, o papel da policia. São, entretanto, escravos de um sistema, que os aprisiona e, quando não são mais úteis, os descarta.
Após libertar os Reboots da cidade de Austin das instalações da CRAH (Corporação de Repovoamento e Avanço Humano), Wren e Callum elaboram um plano para levá-los até o tão falado acampamento Rebelde, onde todos aqueles Reboots que conseguiram se livrar das garras dos humanos se refugiam, tentando levar uma vida ao menos 'normal'. Ao chegarem lá, descobrem que o acampamento é bem maior e mais avançado do que esperavam: eles possuíam armas, um bom contingente, suprimentos, estrutura. Eram, de fato, uma ameaça real ao comando humano, que insistia em escravizá-los.
Micah é o responsável por coordenar o acampamento rebelde. Assim como Wren, ele possui um número elevado. Durante o decorrer da narrativa, entretanto, descobrimos que Micah não é tão bonzinho como aparenta ser: trata-se de uma espécie de "pequeno Hitler", que possui em mente exterminar toda a raça humana, fazendo a raça Reboot (que, segundo ele, era fruto da evolução, ascender. Diante deste cenário, Wren e Callum terão que escolher entre aliarem-se a Micah e transformar seu plano cruel em realidade ou então proteger os humanos, libertar os demais Reboots aprisionados e derrubar o 'reinado' da CRAH.
Não queria ser uma escrava sem consciência, uma pessoa disposta a fazer tudo o que eles ordenassem. Uma pessoa que acabou fugindo na primeira oportunidade e que não estava disposta a ajudar outras pessoas na mesma situação. Eu não queria fazer essa escolha. Não mergulharia de ser uma pessoa assim. (Página 251)
Diferentemente do primeiro volume, conhecemos agora uma protagonista muito mais 'humana'. Wren, que em Reboot se demonstrava uma pessoal sem sentimentos, agora está cada vez mais apegada a Callum. Entretanto, suas emoções não se restringem apenas a ele. Wren consegue, em vários momentos, deixar fluir aquilo que sente, contrariando o pensamento de que, quanto mais alto seu número (ou seja, quanto mais tempo você demorou para "ressuscitar"), menos "humano" você é. Achei tal prerrogativa interessante, pois a autora consegue destacar um questionamento crucial, que nos faz pensar sobre nossas vidas: nem tudo aquilo que ouvimos condiz com a realidade. Em vários momentos de nossa vida, ouviremos pessoas dizerem coisas, em geral sobre nós, que podem ser inteiramente inverídicas e que, se não tomarmos cuidado, seremos tão vítima quanto Wren estava sendo, ao ter que delimitar suas emoções para "caber em um molde".
Já Callum, que era considerado inferior por ter um número baixo (22, para ser mais exato), torna-se um homem independente, capaz de liderar centenas de rebeldes. A quebra de padrão apresentada pela Amy Tintera, de fato, me impressionou: a evolução de ambos os personagens era algo que eu não esperava. Foi interessante acompanhar o crescimento de ambos no decorrer da narrativa.
Todos me conhecem pelo número de minutos em que estive morta. Eles pesam que isso define quem sou. Pensam que podem me controlar. Eles estão muito engados.
Ressalto também que em Rebelde observamos um número bem mais elevado de cenas de ação, que faz com que as páginas fluam de forma tão rápida que nem percebamos. Eu, particularmente, finalizei a leitura mais rápido do que esperava. A autora nos mostra, em capítulos alternados (perspectiva de Callum, perspectiva de Wren), a ponto de vista e pensamentos íntimos de nossos protagonistas. Seus medos, planos e sentimentos nos são mostrados de forma clara. É impossível não se apegar a ambos.
No mais, considero a duologia Reboot como sendo a melhor aposta distópica para 2016. De forma inovadora e sublime, Amy Tintera aborda a questão de distinção de raças, governos opressores, amizades e inimizades, sexo e milhares de outros temas. A obra consegue ser estimulante e ao mesmo tempo completa, sem deixar pontas soltas. Finalizo a resenha, então, com uma frase que ficou em minha mente ao completar a leitura: "preciso de mais".
Até logo,
Sérgio H.
9 Comentários
Oi Sergio
ResponderExcluirEu gosto muito de distopia.
E nem preciso dizer o quanto eu amei esse livro, parece ser muito bom, parei algumas vezes durante a leitura da resenha para respirar, por que essa estória deu a entender que é simplesmente perfeita para mim.
Gostei da descrição dos personagens, essa coisa toda com os números é sinistra mas muito legal também. When e Callum parecem ser personagens muito fortes que lutam pelo que acredita e isso já me cativou neles.
Vou pesquisar o livro anterior e vou desfrutar dessa leitura.
Ei Sérgio!
ResponderExcluirMDS, ainda não li Reboot, mas nem me importei com os spolers. Estou lendo todas as resenhas sobre Rebelde que posso, até porque o primeiro livro não teve uma boa porcentagem de resenhas positivas. Tem muita gente que não vingou muito com a obra. Mas não importa. Eu curti a premissa e quero conhecer. MAS REBELDE. MDS, Já a segunda resenha que leio sobre e o povo ta falando MUITO BEM D: To sofrendo por não ter. Já quero muito ele! Já foi marcado como desejado no skoob, e se sair em pdf, corro pra baixar e ler os dois. Porque queria ler um seguido do outro. Espero conseguir logo.
Abraços
David
http://territoriogeeknerd.blogspot.com.br/
Ultimamente tenho me interessado bastante pelo gênero distopia, eu não conhecia essa duologia, e após ler sua resenha apesar de ser do segundo livro, fiquei bastante interessada na leitura. Adorei a trama da estória em aborda super poderes, e essa coisa de apocalipse com vírus, além de que os personagens tem seus pontos de vistas intercalados, um ponto positivo bastante bacana ao meu ver, vou incluir agora essa distopia na minha lista de desejados.
ResponderExcluirObrigada por sua resenha, ficou ótima e já coloquei esse livro na minha lista de desejados. Gosto muito do gênero distopia, mas eu ainda não conhecia a duologia Reboot. A história é muito interessante e deve ser uma leitura muito prazerosa. E o melhor é que já é possível ler os dois livros, não ter que ficar no sofrimento da espera! Já querendo muito. Obrigada. Abraços.
ResponderExcluirFico com dois corações, amo distopias mas tenho tentado ler livros únicos, sem continuações. Mas o que mais me chamou atenção foi essa capa, está realmente linda!
ResponderExcluirNossa, fiquei louca para ler o primeiro quando saiu, mas resolvi esperar por esse. Ainda não deu pra pegar, apesar de tudo. A trama é bem interessante, ainda mais por ser desse gênero. Adoro livros assim e já faz um tempinho que não pego uma trilogia ou saga do tipo. O que achei legal nele é por ser só dois. Normalmente são mais...
ResponderExcluirA trama tem tudo para ser boa e parece ser do tipo que a gente devora de tão bom que é ler. Gostei, quero conferir. Quem sabe não acaba sendo a melhor distopia do ano...
Quando o primeiro livro lançou fiquei eufórica para comprá-lo e saber mais sobre a história. Por ser a doida das distopias não podia ficar por fora desse livro mas aí que eu comecei a ler varias resenhas com críticas negativas e desanimei. Acho a capa do primeiro livro linda, porém essa não tanto. Agora lendo a sua resenha da continuação sendo positiva me fez ter vontade de ler o primeiro. Vou ver se adquiro logo ele antes que eu desanime de novo. Obrigada :D
ResponderExcluirOiee!
ResponderExcluirEu não estava tão animada assim para ler essa duologia, aí li uma outra resenha dizendo que encontrou erros de revisão, acabou comigo.
Esses livros passam longe de serem dos tipos que costumo ler, mas estava tentando enveredar por outros gêneros e eles estavam na minha lista. Agora não estão mais, porque você falou super bem, e a outra resenha que li, nem tanto.
Bjokas!
Oi Sérgio, tudo bem?
ResponderExcluirAdorei a sua resenha e esses spoilers valeram super a pena serem lidos, pois além de querer terminar Reboot mais rápido - minha atual leitura - também quero começar Rebelde imediatamente. Espero gostar tanto quanto você da obra.
Obrigado pelo seu comentário!