Título: On The Road - Pé Na Estrada
Autor: Jack Kerouac
Editora: L&PM
ISBN: 8525413208
Ano: 2004
Páginas: 380
Tradutor: Eduardo Bueno
Adicione o livro ao Skoob
Avaliação:
Resenha
Considerado a bíblia da geração Beat, On The Road, vai nos trazer a história de Sal Paradise, um escritor que, no fim dos anos 40, para deixar um pouco de lado as atividades profissionais e a monotonia da vida, parte em uma viagem pedindo caronas pelo Estados Unidos, saindo de Nova Iorque, com seu amigo Dean Moriarty para usufruir da liberdade na vida simples e inconstante da estrada em busca de autoconhecimento, experiencias translúcidas e misticas, com drogas e sexo ao som de muito blues.On The Road é um relato semi-biográfico. O aspirante a escritor Sal tem um espirito aventureiro, se espelhando muito no amigo Dean. Na estrada ele busca encontrar-se, já na vida real ele é o pseudônimo do autor Jack Kerouac. Dean Moriarty, filho de um pai alcoólatra (que lembra um pouco a história de Huckleberry Finn) é apresentado no livro como um louco galanteador barato que é capaz de roubar carros para surpreender as garotas e principalmente a si próprio - na vida real seria o Neal Cassady; e temos a atraente e louca Marylou, primeira mulher do Dean e que tem um relacionamento bem inusitado, mas entende sua posição ali no meio. Há um episodio em que ela deixa de ser mulher, oficial, e se torna a amante do ex-marido quando ele casa-se com Camille - a segunda mulher. Em outro, ela tenta transar com Sal na frente de Dean... entre outros momentos bem curiosos. No meio do caminho, eles vão encontrar conhecidos e fazer diversas amizades.
É difícil falar um pouco sobre esse livro, ao terminá-lo, senti como se voltasse para o começo, e em grande parte da leitura era como se o livro não andasse e os personagens permanecessem com os mesmos pensamentos de seguir em mais uma viagem, mostrando uma certa falta de planejamento de suas vidas. Creio que para quem segue uma vida padronizada, On The Road será um tapa na cara justamente por ir contra o ciclo natural padronizado de trabalho-dinheiro-consumir-gastar-família-voltar para o trabalho. Os personagens demonstram não ter preocupação com o dia seguinte, buscam viver o aqui e o agora, sem mais.
On the road é um livro escrito de forma corrida e levou vários nãos antes de ser publicado por ser escrito dessa forma e conter uma pontuação diferente, tendo que passar por uma revisão dura (a L&PM Editores já publicou o manuscrito original), e recebeu uma estruturação diferente, teve cortes e se tornou este livro. Mas a escrita é espontânea e de fácil entendimento. Apesar de não ser tão envolvente, contem descrições ricas em detalhes, digamos que dá para viajar pelos Estados Unidos com ele sem sair de casa.
Recomendo o livro para quem gosta de um algo bem anárquico, onde os personagens vivem em busca do autoconhecimento e para quem quer conhecer um pouco mais sobre a época em questão, descobrir quais as influências que os hippies e punks tiveram da geração que Jack Kerouac conseguiu captar bem a essência.
18 Comentários
Não me identifiquei com o livro, ficaria totalmente perdida.. Apesar da proposta ser boa, não é algo para mim. Mas queria ser como os personagens e não ter preocupação com o amanhã haha
ResponderExcluirAmei esta capa, esses livros não me chamam muito a atenção, mas para quem gosta desse gênero parece ser interessante
ResponderExcluirEu realmente não me identifico com esse gênero,mas, a forma de viver dos personagens é basta interessante. Acho que nós devíamos ser assim: sempre buscar extrair o melhor do momento que estamos vivenciando, sem nos preocuparmos tanto com o amanhã.
ResponderExcluirEsses livros que contam histórias de pessoas que jogam tudo pro alto para viver uma vida sem rotina me deixa muito triste, porque as vezes tenho vontade de fazer o mesmo, pois essa vida monótona e bem cansativa. Achei a premissa do livro bem bacana, e toca num ponto real de nossos dias, me interessei pela leitura.
ResponderExcluirGostei da capa, mas não me interessei pela história, não gosto deste tipo de livro, baseados em fotos reais, pessoas coisa parecida.
ResponderExcluirOla, tudo bom?
ResponderExcluirEu não conhecia o livro, achei a premissa bem interessante, mas não faz meu estilo de leitura, porém gosto muito de livros que temos personagens que buscam o autoconhecimento, quem sabe eu venha a dar uma chance.
Beijos *-*
Foi o único livro que não consegui ler e abandonei. Não lembro de ter outro me fizesse sentir isso, cansativo e sem chegar a lugar algum. É o que senti. Acho que é aquele tipo de livro que ou você ama ou odeia. Não gostei e larguei. Mas quem gostou da ideia e quer um diferente é uma boa dica. Penso em dar outra chance pra ele mais pro futuro...
ResponderExcluirGostei da resenha bem detalhada do livro. Mas infelizmente esse tipo de livro não me atrai. Eu gosto de comprar livros pela capa, resenha ou sinopse. Mesmo os personagens sendo marcantes, a história me deixaria perdida.
ResponderExcluirBeijos, Alice.....
Estava curiosa em relação a esse livro, mas desanimei.
ResponderExcluirGosto de livros que me prendam do começo ao fim, e pela sua resenha percebi que isso não vai acontecer.
Mas confesso que deve ser legam sair por ai, viajando sem se preocupar com o dia de amanhã. O ponto positivo do livro deve ser o auto conhecimento mesmo e aprender mais sobre a época, e como você falou, viajar sem sair do lugar. Mas enfim, ótima resenha.
Beijos!
Lost Words
Ps:. Adorei as fotos :D
A capa é bem interessante, mas a história não faz meu estilo, apesar de nunca ter lido, mas pela resenha acho que não chegaria ao fim do livro.
ResponderExcluirGosto de estórios "on the road" mas costumo confiar nas notas do skoob, sou usuaria e apaixonada. Juntando essa media nada boa mais o que vc destaca na resenha me parece apenas um relato decadente sei lá, não me interessou.
ResponderExcluirEu tenho esse livro aqui em casa há um bom tempo, mas tinha meio que perdido a vontade de lê-lo. Depois de ler a sua resenha fiquei com vontade de novo. Eu adoro a Geração Beat, acho essa busca por liberdade e a vontade de fazer arte, literatura, música e encontrar um sentido pra vida muito interessantes.
ResponderExcluirSou louca para ler esse livro. Aliás, sou fascinada pela geração beat desde que vi um seminário na faculdade a respeito. Li O Uivo do Allen Ginsberg que desencadeou todo o movimento. Foi a primeira vez que a literatura deixou de ser apenas literatura e se espalhou pela cultura popular.
ResponderExcluirEsse livro é super, mega famoso... todos sempre comentam dele.
ResponderExcluirMas até agora não senti aquela vontade de lê-lo, sabe?
Sei que deve ser um livro bom, mas realmente não me chamou a atenção.
Oi Pedro, tudo bem?
ResponderExcluirEsse livro entrou nos meus desejados quando li Tudo Pode Acontecer e o personagem falou bastante desse livro. Agora que sei como é mais ou menos a obra devo admitir que o interesse diminuiu um pouco, mesmo assim ainda quero lê-lo.
Demorei muito na leitura, até parar de tentar imaginar os lugares e deixar o carro correr. A melhor coisa que fizeram na minha opinião foi adaptar esse livro para o cinema, ele é muito visual, e de fato ver os lugares permitiu uma dinâmica muito maior para ele.
ResponderExcluirEste é um livro que me divide a opinião. Muitas vezes aclamado, em outras duramente criticado, ele me desperta interesse exatamente por essa dualidade que o permeia. Acho a história original e bastante representativa de uma geração, o que é atrativo em vários aspectos.
ResponderExcluirSabe que essa é uma obra que eu tenho um respeito enorme, apesar de nunca ter nem lido nem asssistido filme, por algum motivo que eu não sei dizer qual.
ResponderExcluirMas uma coisa que eu não consegui entender bem foi como a história pode se arrastar e ao mesmo tempo ser rápida, entende? Livros que passam muito rápido tendem a levar o leitor a ler rápido, ao invés de ser um livro que 'não passa'
Obrigado pelo seu comentário!