Resenha #117: A Espada do Verão - Rick Riordan

Lido em: Outubro de 2015
Título
A Espada do Verão
SérieMagnus Chase e os Deuses de Asgard #1
AutorRick Riordan
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580577952
Ano: 2015
Páginas: 448
Tradutor: Regiane Winarski
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Avaliação Pessoal:

 




Oi pessoinhas do De Cara Nas Letras! Estou invadindo o espaço de vocês novamente para trazer uma resenha fresquinha de mais um lançamento incrível da Editora Intrínseca. Espero que gostem! Agradecer aos meninos pelo espaço ☺

Resenha



Divertido, contagiante e extremamente engraçado, Magnus Chase e os Deuses de Asgard chega marcando sua presença no mercado editorial como mais uma série gostosa e imperdível que você, fã de mitologia, precisa conhecer. Repleto de figuras representativas, personagens cômicos e complexos, Riordan vai conquistar o leitor novamente, seja pela repetição em um tema que o autor mostra dominar, seja para o leitor iniciante que conheceu agora sua bela e leve escrita.

Magnus sempre teve uma vida agitada, ou pelo menos de dois anos para cá. Criado boa parte da infância e da adolescência pela mãe, quando um acidente acaba matando-a, Magnus se nega a ir para a casa de seu tio, Randolph, a quem sua mãe aconselhou sempre manter distancia. Ao invés disto, o garoto se aventura a morar nas ruas de Boston, vagando com seus amigos sem teto Heart e Blitz. Desde então, o menino jamais espera o melhor. E ele realmente não vem!

Quando Magnus achou que a única loucura em sua vida era sonhar com os lobos que ele julga ter atacado sua mãe no dia em que ela morreu, inesperadamente ele se vê frente a todo um mundo novo. Agora, o garoto de rua a quem ninguém coloca expectativa, pode ser a esperança de salvação dos 9 reinos míticos do temido Ragnarök que se aproxima cada vez mais. A chave para tudo isso pode estar na ascendência divina de Magnus, jogando-o em uma perigosa jornada rumo a terras desconhecidas e inimigos poderosos. Só a famosa arma intitulada como A Espada do Verão pode impedir o fim iminente. Mas o que poderia um mero antigo morador de rua, sem esperanças de dar jeito em sua própria vida, fazer para proteger tantos mundos?


Fórmula para escrever? Sim! Perca de qualidade? Não. O que alguns julgam como batido, eu julgo como relevante. Riordan retorna (ainda falando sobre mitologia!) para explorar uma cultura não muito citada na literatura contemporânea. Tratando sobre mitos nórdicos de uma maneira descontraída e leve, o autor faz o leitor querer pesquisar por mais, entender as referências e se apaixonar completamente pelo enredo central de sua obra. Magnus Chase os Deuses de Asgard não é um livro profundo, assim como os outros livros de Riordan não são, e não vem com lições de vida inigualáveis ou qualidade insuperável. Porém, é uma leitura criativa, engraçada e muito enriquecedora, de maneira que finalizar o livro sem nem ao menos tentar fazer uma pequena pesquisa sobre Asgard e seus deuses, é completamente impossível.

Narrado em terceira pessoa, sobre o ponto de vista de Magnus, a obra tem uma divisão bem clara de três momentos, onde temos a introdução do personagem ao mundo mitológico, sua busca pelo artefato que pode salvar seu mundo e os outros, e por fim a conclusão de todos esses eventos. Marcado com 72 capítulos e um epílogo, A Espada do Verão vem e termina de uma forma que é IMPOSSÍVEL não querer ler o próximo volume. Riordan apresenta uma visão totalmente diferenciada de todos os estereótipos que temos sobre os deuses argadianos. Desde Thor, a referência desta mitologia (devido a Marvel), a Frey, um personagem de grande importante na trama e que se mostra tão meio coadjuvante ao iniciar do livro.

Os personagens foram muito bem trabalhados, impossibilitando atribuir qualquer defeito em sua construção. Muito bem explorados, desde os mais principais aos menos destacados, cada um carrega uma forte influência nos eventos que se sucedem ao final da obra. Magnus é irônico, seco e possui um pessimismo latente, onde a maioria de seus capítulos começa exatamente com declarações desanimadoras, como se seu fim fosse trágico. E um aviso: geralmente é. A elaboração esquemática que Riordan deu desta vez a seu livro foi bem diferente dos anteriores. Estamos acostumados com seus heróis que caem inesperadamente neste mundo de perigos e monstros, e no instante seguinte sabem lutar e se proteger, mesmo improvisando (a la Percy Jackson). Magnus não. Ele pode ser visto como um Leo Valdez 2.0 (Os Heróis do Olimpo), muito mais melhorado e engraçado. Já no começo, ele mostra que não sabe exatamente nada, não sabe como agir frente às loucuras que enfrenta e em grande número das situações, ou se dá mal, ou acaba sendo salvo por um amigo, ou ainda, escapa com a lábia e inteligência, identicamente a outros heróis mitológicos (tipo Odisseu). Mais puxado para um lado anti-herói, Magnus permanece na linha entre vilão e herói, e alguns momentos acaba pendendo mais para um lado do que para o outro. Além, claro, da natureza extremamente humana do próprio personagem. Mesmo vivendo em meio a monstros apavorantes e momentos de quase morte, Magnus permanece sempre temeroso a menção de lobos, seu maior medo. Esse medo torna-se algo inteiramente insignificante frente aos perigos que enfrenta, e mesmo assim ele age como se este fosse o pior obstáculo; o único medo insuperável. Especificamente legal este ponto, pois mostra o quanto a morte e o trauma afetou o personagem, perseguindo-o por toda a história e isto acaba gerando uma apatia por ele muito maior, devido a toda sua vivacidade nas páginas.

Outros personagens que merecem destaque e provavelmente vão te ganhar é Hearth (eu não vou dizer o que ele é :x) que além de surdo (Riordan trabalha essa temática da surdez no livro, o que achei bem legal) é extremamente engraçado (capítulo que ele encontra Thor faz você morrer de rir), e Loki, deus da mitologia, que assim como nos cinemas (no mundo Marvel) rouba as cenas aqui e causa no leitor um misto de agrado e ódio, tudo ao mesmo tempo.


Talvez o que tenha danificado um pouco alguns momentos da trama tenha sido o ar ácido e cômico que Riordan colocou, tornando diversas batalhas meio bobas ou então visivelmente fáceis demais de superar, nem chegando a ser um obstáculo. Mas o autor se supera em suas piadinhas quando tira ironias com suas próprias obras, mencionando personagens de outras séries em seus títulos ou em cenas de graça. Vale ressaltar que já percebemos uma participação bem ativa de Annabeth (personagem de Percy Jackson e prima de Magnus), que eu julguei que ia fazer apenas uma pequena participação e mostrou que talvez não seja algo tão pequeno assim. 

A Espada do Verão é uma leitura divertida. Tem profecia, tem fórmula de escrita e tem comédia, onde um autor tira piadinhas de suas próprias piadinhas. Se não ler para enriquecer um pouco sua visão mitológica nórdica, então ler para garantir boas gargalhadas, porque isto, sem dúvida, você conseguirá. Tendo uma edição muito bonita e uma capa mais bonita ainda, adquira e tenha em mente o quanto vai ser bom, após ler, sempre e sempre poder retornar para mais diversão.


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4 Comentários

  1. Já li duas séries do Rick e nunca me canso. Como você disse é uma leitura divertida e muito boa para aprender sobre mitologia. Mas, embora eu adore os livros que ele escreve, e mesmo sua resenha sendo positiva, fiquei um pouco cismada de ler este. Meu gosto literário variou muito e tenho medo de pegar outro de Riordan e não me agradar. Ai estragaria essa imagem que tenho dele.

    Beijos!

    http://mileumdiasparaler.blogspot.com.br/

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  2. Oi tudo bom?
    Olha, Magnus conseguiu ser um dos protagonistas mais diferentes do Rick, e a série em si já se saiu a menos "formula" dele, espero que continue assim.
    E QUE ELE NAO FIQUE COM A SAMIRAH

    Abraço

    http://penelopeetelemaco.blogspot.com.br/

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  3. Não conhecia esta nova serie de Rick Riordan esta nova aventura baseado na mitologia nórdica me interessou em ler a vida do personagem e cheia de percalços e desafios vamos ver onde ira levar ele e seus amigos.

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  4. Olá!
    Eu simplesmente amo mitologia nórdica e é só por isso que quero ler esse livro mesmo. Não vejo problema algum com autores usam a tal "fórmula", como você mesmo disse. Eu sou fascinado pelo Dan Brown, por exemplo, e vou ficar bem revoltado se ele escrever um livro de uma forma diferente. Eu quero é ler aquilo mesmo.
    Eu li Percy Jackson e não achei nada demais, mas foi até cativante. Se continuar assim, creio que vou gostar.
    E foi só eu ou mais alguém vê o Kurt Cobain nessa capa!?
    =D

    http://osdragoesdefogo.blogspot.com

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