Título: A Resistência
Autor: Júlian Fuks
Editora: Companhia das Letras
Edição: 1
ISBN: 9788535926378
Gênero: Romance nacional
Ano: 2015
Páginas: 144
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As descrições dos sentimentos são minuciosas, e é possível notar, através da narrativa, os conflitos familiares, a inquietude do narrador por querer solucionar esse problema do irmão, em se redimir de alguma formar. Ele consegue também, evocar memorias e sentimentos de objetos e lugares. São muitos os sentimentos que A Resistência consegue passar, e que uma delas causará algum efeito no leitor.
Autor: Júlian Fuks
Editora: Companhia das Letras
Edição: 1
ISBN: 9788535926378
Gênero: Romance nacional
Ano: 2015
Páginas: 144
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Avaliação:
RESENHA
Lançado em meados de 2015 e vencedor do Prêmio Jabuti do ano seguinte, A Resistência é o último trabalho publicado pelo autor paulista Júlian Fuks. A obra, uma ficção brasileira, resgata memórias de Sebastián, um escritor que narra a sua busca por respostas em meio a perguntas sobre o passado, família, exílio, e principalmente o seu irmão que já no primeiro parágrafo do romance é nos revelado ser adotado. Apesar de não ter certeza do que escrever, Sebastián resiste, e começa o livro.
A adoção dessa criança ocorre na Argentina em um contexto onde o país se encontrava em domínio de uma ditadura militar. É no Brasil que os casal de psicanalistas busca exílio por conta de sua atuação politica em meio a ditadura. Em São Paulo nascem a irmã e, por fim, o caçula que nos revela os percalços que consegue lembrar de sua vida com foco no irmão mais velho, o adotado.
A adoção dessa criança ocorre na Argentina em um contexto onde o país se encontrava em domínio de uma ditadura militar. É no Brasil que os casal de psicanalistas busca exílio por conta de sua atuação politica em meio a ditadura. Em São Paulo nascem a irmã e, por fim, o caçula que nos revela os percalços que consegue lembrar de sua vida com foco no irmão mais velho, o adotado.
As circunstancias da adoção do filho mais velho nunca ficaram muito claras, o que deixou um ressentimento nele e com isso uma certe exclusão. Passado e futuro se misturam nessa narrativa que tem muito de autoficção, onde o autor se vale de aspectos de sua vida pessoal.
A leitura de A Resistência é um tanto complicada dada a sua estrutura nada linear. Os capítulos são curtos, de leitura gostosa e com uma prosa lirica. No entanto, por falta de uma linearidade, nos perdemos em uma narrativa rica em memórias. Memórias essas que são resgatadas de uma incerteza e que muitas vezes constroem uma situação passada de forma a deixar dúbia a veracidade da narrativa. Ainda mais, a todo instante o narrador nos revela sobre o que quer falar, mas não deixa claro o que de fato é. Da mesma forma em que temos recursos da metalinguagem, em que o narrador nos conta sobre as incertezas em torno do romance que está escrevendo em relação ao sentimento que causará no irmão.
Por fim, gostaria de dizer que tive dificuldades com esse texto. Reiniciei a leitura duas vezes achando ser falta de dedicação a obra, no entanto, é um livro que requer sim tempo e atenção, mas mais do que isso; é um álbum de uma outra família aberto por mim que sou um intruso e, que por isso, não estou totalmente contextualizado com o que ocorreu. E o disse-não disse contribui para uma falta de aproximação com uma história cheia de incertezas.
“Resistir: quanto em resistir é aceitar impávido a desgraça, transigir com a destruição cotidiana, tolerar a ruína dos próximos? Resistir será aguentar em pé a queda dos outros, e até quando, até que as pernas próprias desabem? Resistir será lutar apesar da óbvia derrota, gritar apesar da rouquidão da voz, agir apesar da rouquidão da vontade? É preciso aprender a resistir, mas resistir nunca será se entregar a uma sorte já lançada, nunca será se curvar a um futuro inevitável. Quanto do aprender a resistir não será aprender a perguntar-se?”
Para quem gosta de uma obra mais introspectiva, até psicológica, que aborda temas como família, exílio, adoção, opressão e o ato de resistir, pode se agradar de A Resistência.
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