Resenha #187: Os Afetos - Rodrigo Hasbún

Título:  Os Afetos
Autor:   Rodrigo Hasbún
Editora: Intrínseca
Edição: 1
ISBN: 9788580579192
Gênero:  Ficção
Ano: 2016
Páginas: 128

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Avaliação: 






RESENHA


Depois da derrota da Alemanha na segunda guerra mundial, por volta de 1950, a família alemã Ertl composta por pai, mãe e três filhas se exila na Bolívia, em busca de recomeço. O patriarca, Hans, é fascinado por aventuras e descobertas e faz isso com o apoio de suas lentes, documentando tudo o que descobre (antes, ele fora cinegrafista da cineasta Leni Riefenstahl) . A empreitada então é uma expedição para adentrar na floresta amazônica em busca de uma cidade inca até então pouco ou nada explorada. Essa sede por novas descobertas afloram os mesmo desejos nas filhas que anseiam acompanhar o pai.


Monika, a mais velha, herda do pai essa inconformidade e após acompanhar o pai na busca, ao regressar, seus ideais mudam e ela usa esse tom de sua personalidade para fins mais perigosos.

O livro é curto e o autor contribui bastante para essa narrativa sedutora, mas nem tão pouco leve, com capítulos pequenos e cheios de coisas não ditas que ficam no ar. Geralmente ele é mais direto em suas descrições e evita falar de coisas supérfluas como a cor da camisa que tal personagem está usando.

Gostaria de dizer que ao escolher narrar a história por vários pontos de vista e em momentos diferentes é um destaque, porém como a narrativa é curtíssima, deixa-se uma certa falta maior de ligação entre os fatos, como se não estivéssemos tratando da mesmo história justamente por essa espaçamento temporal que há entre os capítulos. É, também, como se ao colocar um narrador secundário, o livro se tornasse mais frio e menos envolvente e no final, ficou um tanto confuso de compreender e um sentimento de que faltou mais algum narrador fechando de vez o livro.

Para quem tem conhecimento sobre quem foi Monika Ertl e o que fez, o livro talvez faça mais sentido e traga maior envolvimento com a história que o Rodrigo Hasbún nos conta. Para o Pedro, ficou apenas o mesmo questionamento de Monika: Não sentir nada, é sentir algo?

Até logo,
Pedro Silva

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