Rafael Coutinho levou sete anos para finalizar o quadrinho Mensur. Tudo começou em 2010, durante a divulgação da renomada HQ Cachalote em parceria com o escritor Daniel Galera.
Para quem não sabe, Mensur é uma luta de espadas surgida na Alemanha do século XV entre estudantes universitários com o objetivo de se atingir o rosto do adversário. Lembra a esgrima, mas sem o uso de equipamentos de proteção, por isso muitos acabavam com o rosto todo desfigurado.
É o caso do personagem central dessa obra. O Gringo é um andarilho que vive nesse Brasil a procura de bicos e trabalhos manuais, além dessas atividades, seu rosto já é desfigurado, herança dos anos praticando o Mensur. Essa violência da obra é muito retratada ao longo das imagens, que já nas primeiras cenas mostram rostos cortados e sangrando.
A impressão que fica, é a de que e tal personagem vive em solidão, e busca nessa prática uma forma de extravasar aquilo que não consegue expor de outras formas, já que seu passado é cheio de fantasmas, no entanto, em determinado momento isso acaba perdendo o sentido e a violência se torna algo banal por si só, fazendo com que ele não se importe tanto e perca o controle da situação.
O traço de Rafael Coutinho é totalmente diferente do habitual que estamos acostumados, com figuras disformes e sem proporções harmonias entre si.. O quadrinho é todo em preto e branco, com inúmeras cenas sem a presença de texto algum. O desenho das cenas em alguns momentos são confusas e difíceis de distinguir, isso porque, em determinados momentos, as figuras aparentam esboços que não foram finalizados (o que também pode ser característico do autor e um detalhe de seu trabalho).
Além dos balões, e da divisão das partes em cidades, não há outros indicativos que contextualizam as cenas que vão se seguir, o que fica a cargo do leitor decifrar esses detalhes e que, por vezes, fica no imaginário do leitor decifrar tais detalhes.
Apesar de ser um livro rápido, Mensur não será desvendado numa primeira leitura, mas que valerá a pena conhecer, principalmente por se tratar de um produto nacional e que deve ser valorizado.
Já a apresentação da obra, em termos físicos, está sensacional. O livro da Quadrinhos da Cia. é em capa dura e impresso em papel de qualidade.
Autor: Rafael Coutinho
Editora: Quadrinhos na Cia. / Companhia das Letras
Edição: 1
ISBN: 9788535928570
Gênero: Quadrinho brasileiro / HQ
Ano: 2017
Páginas: 208
Resenha de número 404
A impressão que fica, é a de que e tal personagem vive em solidão, e busca nessa prática uma forma de extravasar aquilo que não consegue expor de outras formas, já que seu passado é cheio de fantasmas, no entanto, em determinado momento isso acaba perdendo o sentido e a violência se torna algo banal por si só, fazendo com que ele não se importe tanto e perca o controle da situação.
O traço de Rafael Coutinho é totalmente diferente do habitual que estamos acostumados, com figuras disformes e sem proporções harmonias entre si.. O quadrinho é todo em preto e branco, com inúmeras cenas sem a presença de texto algum. O desenho das cenas em alguns momentos são confusas e difíceis de distinguir, isso porque, em determinados momentos, as figuras aparentam esboços que não foram finalizados (o que também pode ser característico do autor e um detalhe de seu trabalho).
Além dos balões, e da divisão das partes em cidades, não há outros indicativos que contextualizam as cenas que vão se seguir, o que fica a cargo do leitor decifrar esses detalhes e que, por vezes, fica no imaginário do leitor decifrar tais detalhes.
Apesar de ser um livro rápido, Mensur não será desvendado numa primeira leitura, mas que valerá a pena conhecer, principalmente por se tratar de um produto nacional e que deve ser valorizado.
Já a apresentação da obra, em termos físicos, está sensacional. O livro da Quadrinhos da Cia. é em capa dura e impresso em papel de qualidade.
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Ficha técnica:
Título: MensurAutor: Rafael Coutinho
Editora: Quadrinhos na Cia. / Companhia das Letras
Edição: 1
ISBN: 9788535928570
Gênero: Quadrinho brasileiro / HQ
Ano: 2017
Páginas: 208
Resenha de número 404
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