Título: Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi
Autor: Joachim Meyerhoff
Editora: Valentina
Edição: 1
Tradução: Karina Jannini
ISBN: 9788565859974
Gênero: Ficção Alemã
Ano: 2016
Páginas: 352
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Autor: Joachim Meyerhoff
Editora: Valentina
Edição: 1
Tradução: Karina Jannini
ISBN: 9788565859974
Gênero: Ficção Alemã
Ano: 2016
Páginas: 352
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Avaliação:
RESENHA
Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi não é apenas um livro com título enorme e capa chamativa, na verdade trata-se de um romance de formação (Bildungsroman) onde acompanhamos o desenvolvimento de Joachim, o personagem principal. Ele é o caçula de três irmãos e vive no hospital psiquiátrico Hesterberg com sua mãe e pai (o qual é diretor do hospital) no extremo norte da Alemanha.
Ao desenrolar vamos sendo apresentados as loucuras e peculiaridades de alguns dos mais de 1.500 pacientes que são tratados no local e seu envolvimento com eles. Além disso, como é o relacionamento da família em um todo. Um pai que é ágil na teoria, mas falha na prática [um exemplo é seu desejo de tomar outro rumo na vida após completar 40 anos, porém, bastam alguns anos para deixar essas metas de lado]. A mãe que detesta o frio da Alemanha e sente saudades da Itália, e os dois irmãos de Joachim, os quais o perturba, mas que no fundo é só amor de irmão. Ah, não podemos esquecer da cadela que é uma personagem fundamental no enredo.
É de admirar como o autor consegue navegar do choro ao riso, enquanto enxugamos uma lágrima estamos rindo alto, e quando estamos rindo, começam a escorrer lágrimas de nossos olhos. Isso porque o livro tem momentos muito cômicos, principalmente por conta da inocência que o Joachim tem enquanto criança e adolescente. Portanto ele não tem uma noção do quão triste é a morte, e ao encontrar um corpo de um senhor morto no início do livro, sai comemorando o achado.
"Nunca vou esquecer esse momento. Eu tinha inventado uma coisa que, de fato, era verdade. [...] Como um instrumento arqueológico, a mentira havia trazido à tona um detalhe oculto das profundezas da memoria. Para mim, foi um reconhecimento incrivelmente libertador: inventar significa recordar". - Pág. 21
As descrições dos pacientes da instituição é melancólica e causa uma certa invalidez de nossa parte por não termos a oportunidade de fazer nada para mudar a condição da qual receberam desde seu nascimento. São transtornos mentais variados. Mas o relato mais chocante dentre todos é o de uma jovem que não sente mais sentido na vida e tentou suicídio várias vezes. O que deixa mais abalado é o fato de que ela existe e não sabe porque quer acabar com sua vida. Isso aperta o coração e é tão desolador que as lágrimas chegam a correr.
A diagramação do livro ficou perfeita. Na folha de guarda vemos um gato que ilustra uma das teorias de um dos pacientes da instituição, as folhas são amareladas e possui uma boa fonte. Durante a leitura não encontrei nenhum erro de revisão, além do mais, creio que a tradução conseguiu manter o clima que o autor queria propor para essa história, com uma escrita graciosa.
Para mim, somos seres distintos e as diferenças acabam gerando estranhezas, a partir do momento que vamos criando laços de afeto (ou nem tanto) vamos quebrando paradigmas e vendo o outro como alguém normal, com suas diferenças claro, mas que comparadas com as nossas estão nas mesmas medidas. É aquela história de que tudo tem um peso diferente, dependendo de quem o suporta.
E para você, a loucura está do lado de dentro ou de fora?
Até logo,
Pedro Silva!
2 Comentários
Oi, Pedro!
ResponderExcluirAlem da capa e título, o enredo do livro é bem interessante. Me pareceu bastante original e sua resenha me deixou curioso.
Com certeza eu leria.
Abraços
Oi Pedro, tudo bem?
ResponderExcluirGaroto, que resenha é essa, hein? Eu já tinha visto a capa e tinha muita vontade de lê-lo mas depois de sua resenha o livro certamente será uma de minhas compras e talvez leitura até o final do ano. A intensidade que o autor consegue por no livro é algo que eu gosto bastante de ler.
Obrigado pelo seu comentário!