Título: Que fim levou Juliana Klein?
Autor: Marcos Peres
Editora: Record
Gênero: Romance brasileiro
Ano: 2015
Páginas: 350
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RESENHA
Quando peguei o livro “Que fim levou Juliana Klein” para ler, eu não sabia exatamente sobre o que se tratava. Nem a sinopse do livro e todas as resenhas sobre o livro que li, poderiam me preparar para esse livro. O forninho caiu sim. Vou tentar explicar o por quê.
Logo no início somos apresentados ao delegado de Maringá Irineu de Freitas que é convocado em 2005 para tentar solucionar um caso em Curitiba, onde a Teresa Koch, professora de Filosofia Koch é assassinada, aparentemente por uma rivalidade filosófica entre as famílias: Klein e Koch Porém esse crime, assim como outros acontecimentos, mostra que essa rivalidade é antiga, ainda quando os patriarcas das famílias viviam na Alemanha.
O livro trás uma cronologia dos fatos das duas famílias, e uma arvore genealógica, onde podemos entender que essa família se cruza por décadas.
“E o fim se une ao começo. O primeiro da estirpe chora seus filhos, e o último chora seus pais.” Pág.: 270
O delegado é convocado novamente quando Juliana Klein desaparece em 2008, e o principal suspeito é Franz Koch, coordenador do curso de filosofia da PUC-PR e viúvo de Tereza, assassinada pelo marido de Juliana. E ai que surge a pergunta “Que fim levou Juliana Klein”? Terá sido mais um ato de vingança e rivalidade entre as famílias? Um caso a parte? É isso que tenta descobrir o delegado Irineu, que agora em 2011, tenta desvendar o mistério desvendar novos acontecimentos envolvendo essa família.
A narrativa mescla entre os anos de 2005, 2008 e 2011, através das memórias do delegado em suas investigações, o seu envolvimento com Juliana, que lhe conta a historia da rivalidade entre as famílias.
"Ser Klein é saber-se infinito, é viver em função dessa busca” Pag.: 199
O livro é simplesmente incrível, a narrativa é rápida, e os flashes e viagens no tempo prendem a atenção do leitor. De início pode parecer apenas mais um livro policial, de investigação, mas é ai que você se engana. É muito mais. Marcos Peres escreveu diálogos maravilhosos, trás discussões filosóficas, sobre destino, livre arbítrio, vida, inferno, baseadas em Santo Agostinho, Sartre e Nietzsche.
“A vida é a compreensão da finitude do corpo e das conexões. E, portanto, qualquer promessa é falsa. Não há nenhum paraíso extraterrestre, essa vida não é preparatória para nada. A vida é somente isso, ou tudo isso- só se escolhe a maneira de enxergá-la” Pag.: 317
E depois de te fazer prender a respiração diversas vezes, e morrer de curiosidade durante as mais de 300 páginas do livro, novamente somos surpreendidos. A história não acaba na última página. O livro possui um epilogo, onde o narrador dos dá três hipóteses possíveis para o que pode ter realmente acontecido com Juliana Klein. Cabe ao leitor analisar qual delas é a mais provável, ou criar a sua hipótese.
“O futuro está condicionado ao passado e todas as coisas voltarão à sua forma primitiva...” Pag:66
Simplesmente genial. Esse livro me fascinou com seus personagens muito bem escritos e desenvolvidos, eles são fortes e intrigantes, a narrativa intensa, repleta de mistério e bastante inteligente. Super recomendo.
“E destino mão se muda nem se escolhe. Aceita-se, apenas. A única escolha possível é amar ou odiar a vida. Amor fati.” Pag:308
Até logo!
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